Atendendo a alguns pedidos, gostaria de dividir com vocês o meu relato de parto.
Queria deixar claro que jamais criticaria as mulheres que escolheram (e escolherão) caminhos diferentes na hora do parto. “Cada um sabe a dor e a delícia de se
— com Debora Regina Magalhaes Diniz e 5 outros.Queria deixar claro que jamais criticaria as mulheres que escolheram (e escolherão) caminhos diferentes na hora do parto. “Cada um sabe a dor e a delícia de se
r o que é”, e por isso todas têm o direito de fazer a sua opção. Decidi dividir esse relato porque acredito que ele poderá fazer algumas mulheres buscarem mais informações sobre o assunto, e quem sabe ajudá-las a fazer suas escolhas com um olhar diferente a respeito dos tipos de parto. De qualquer forma, independente da forma que se dá, acredito que a maternidade por si só já é suficiente para transformar – e melhorar – qualquer mulher.
17 horas.
De entrega.
De espera.
De medo.
De coragem.
De concentração.
De dor - muita dor.
As contrações começaram às 3h04 da manhã, já de 4 em 4 minutos, oscilando algumas vezes de 10 em 10, 9 em 9 minutos... Relutei em acreditar que estava em trabalho de parto, então comecei a anotar a hora em que vinham, e voltava a dormir. Porém, uma hora depois, foi inevitável sair da cama.
Aguardei até às 7h00 para ligar para a Flavia, nossa doula, e ter a certeza de que chegava a hora... E então, às 9h00 da manhã, após perder o tampão, eu tive a certeza: Filipe estava cada vez mais próximo!
Um pouco depois, a bolsa estorou, e então a Flávia, que estava acompanhando outro trabalho de parto, mandou sua back up, a Debora.
Entre uma contração e outra, ainda aguentava conversar, ainda ria com as piadas, conseguia pensar em outras coisas.
Meu marido, Raphael, preparou o almoço – eu tinha em meus planos deixar algo pronto para o dia “P”, mas estava esperando que isso acontecesse apenas depois das 40 semanas! E ainda eram 39 semanas e 2 dias!
Seu macarrão ao molho branco ficou uma super “gororoba”, mas ele e a Debora conseguiram comer! Eu não tinha vontande nem forças para isso! Para mim, ele preparou uma deliciosa salada de frutas, que comi bem devagar...
Perdi completamente a noção do tempo, as horas os minutos... Ao mesmo tempo em que minha lembrança me diz que cada contração demorava uma eternidade para passar, me parece que o dia voou!
Por volta das 16h00 a enfermeira Patrícia veio me examinar e então senti um grande gelo no estômago: já estava com 7 cm de dilatação! Era hora de ir para o hospital!
Que mistura de sentimentos... quanto medo...
.
.
.
Foram meses estudando, pesquisando, tentando entender que diferença haveria entre um parto normal e um parto natural.
Dentre os inúmeros relatos de parto natural que li, o trecho de um deles me chamou muito a atenção:
“A enfermeira que havia ficado na sala com os olhos estatelados de horror me viu passar sozinha de uma maca para outra. Me elogiou muito, disse que nunca viu nada parecido e admitiu que não teria coragem de enfrentar isso... ...Se privar do prazer de parir é o maior crime que uma mulher pode cometer contra si própria. É absolutamente incompreensível que as mulheres aceitem sentir dor para fazer depilação, para tirar a sobrancelha, para se submeter a uma lipoaspiração, para injetar toxina botulínica, para usar salto agulha, tudo em nome da vaidade e da beleza, e fujam da dor mais libertadora que existe no mundo.
Eu jamais seria hipócrita de dizer que parir sem anestesia não dói. Dói sim! Mas é a dor mais prazerosa que existe, mais transformadora. Clichês à parte, dar à luz um filho de forma natural, fisiológica, sem nenhum tipo de intervenção, é uma força tão transformadora que equivale a nascer novamente. Desde o meu parto me sinto tão poderosa, tão forte, tão mulher, segura e determinada que quase mais nada me amedronta. Me sinto pronta para viver de verdade.”
http://www.maternidadeativa.com.br/relato13.html
Fiquei tão emocionada e ao mesmo tempo intrigada com esse depoimento, que o lia quase todos os dias, de forma a me motivar a manter minha decisão até o fim. Nunca havia pensado na dor do parto desta forma, e, como mulher vaidosa – e muito – que sou, não pude deixar de pensar e repensar em todas as coisas que faço em nome da beleza, e que me causam tanto sofrimento e dor: andar naquele sapato de salto alto super desconfortável, mas bonito; depilação de 3 em 3 semanas com cera quente (já me dá calafrios só de pensar na próxima!); malhar pesado na academia; entre outros procedimentos dolorosos aos quais me submeti e me submeto pela beleza... Acho que me senti desafiada, e tive vontade de ir até o fim!
Ao ser apresentada a esse novo mundo de diferenças entre os tipos de parto, nesse processo de conhecimento e descobertas, algumas pessoas foram fundamentais, e sem elas eu não teria alcançado meu “Everest”:
O meu muito obrigada ao meu marido, Raphael, que não só entendeu minha vontade, como se prontificou a estar ao meu lado em todos os momentos. E assim foi: leu vários livros, vários relatos, assistiu a vários vídeos comigo, acompanhou minhas consultas de pré-natal sempre muito curioso, buscando as respostas para as dúvidas que nos atormentavam, participou de palestras e cursos comigo, juntos encontramos nossa doula...
Mas, mais importante, esteve ao meu lado desde a primeira contração, às 3h04 da manhã, daquele lindo dia 16 de agosto de 2012. Aguentou firme a ansiedade e o nervosismo, não me deixando perceber nada, sempre demonstrando muita calma e principalmente muito carinho.
E me agüentou também – literalmente – pendurada em seus ombros durante 1h30 na fase de transição. Devo essa conquista a muitas pessoas, mas se tivesse que escolher apenas uma delas para passar por tudo novamente, essa pessoa seria você.
Meu lindo, minha vida, meu amor... A você, meu muito obrigada por estar ao meu lado, recebendo em nossos braços o nosso maior presente, nosso filho Filipe.
Agradeço imensamente à minha GO Dra. JulianaPaola Melhado Lima...
À queridíssima Renata Machado, professora, mestra, amiga...
Rê, você foi luz na minha gestação e sei que continurá sendo luz no meu caminho.
Quanto carinho, quanta entrega, e quanto prazer você tem em ajudar suas “barrigudinhas” a caminhar na gestação de uma forma tranquila, positiva!
Obrigada por me apresentar esse mundo novo do parto natural, e me motivar a procurar respostas para todas as minhas perguntas, por me apresentar a Roda Bebedubem, por me acolher em seu grupo com tanto carinho, por me fazer entender o tal “empoderamento”!
Sem sombra de dúvidas, sem minhas aulas de yoga e as seções de “yogaterapia” eu jamais teria conseguido!
Minha respiração me sustentou e me garantiu forças até o fim, e sem seus ensinamentos teria sido muito, muito mais difícil... Saiba que lembrei de você em muitos momentos do meu trabalho de parto! O mantra “entrego, confio, aceito e agradeço”, ficou na minha cabeça o tempo todo - enquanto conseguia raciocinar.
Não tenho palavras suficientes para agradecer por tudo que me ensinou; levarei todas as lições comigo para o resto da vida!
Namastê!
Às minhas queridas doulas Flavia Penido e Debora Regina Magalhaes Diniz...
Hoje, 18 dias após o nascimento do Filipe, agradeço também todo apoio e carinho dos meus familiares e amigos neste pós-parto... Não compartilhei minha escolha com todos vocês, mas tinha meus motivos. Saber que estão tão orgulhosos quanto eu por ter conseguido me deixa muito, muito feliz!
Agradeço em especial meus pais e minhas irmãs, pela acolhida, pelo carinho, pela dedicação com o primeiro neto/sobrinho... Com vocês este começo está sendo muito mais fácil!
Enfim, foi uma grande jornada... De 39 semanas, 2 dias e 17 horas.
E receber em meus braços como recompensa o maior amor do mundo, faz tudo não só valer a pena, mas ter a certeza de que faria tudo de novo mais 100 vezes se preciso fosse.
Porque, depois de passar por tudo, hoje entendo e faço minhas as palavras da minha querida tia Ana Sá: “eu pude experimentar, na Terra, um pedacinho do Céu...”
17 horas.
De entrega.
De espera.
De medo.
De coragem.
De concentração.
De dor - muita dor.
As contrações começaram às 3h04 da manhã, já de 4 em 4 minutos, oscilando algumas vezes de 10 em 10, 9 em 9 minutos... Relutei em acreditar que estava em trabalho de parto, então comecei a anotar a hora em que vinham, e voltava a dormir. Porém, uma hora depois, foi inevitável sair da cama.
Aguardei até às 7h00 para ligar para a Flavia, nossa doula, e ter a certeza de que chegava a hora... E então, às 9h00 da manhã, após perder o tampão, eu tive a certeza: Filipe estava cada vez mais próximo!
Um pouco depois, a bolsa estorou, e então a Flávia, que estava acompanhando outro trabalho de parto, mandou sua back up, a Debora.
Entre uma contração e outra, ainda aguentava conversar, ainda ria com as piadas, conseguia pensar em outras coisas.
Meu marido, Raphael, preparou o almoço – eu tinha em meus planos deixar algo pronto para o dia “P”, mas estava esperando que isso acontecesse apenas depois das 40 semanas! E ainda eram 39 semanas e 2 dias!
Seu macarrão ao molho branco ficou uma super “gororoba”, mas ele e a Debora conseguiram comer! Eu não tinha vontande nem forças para isso! Para mim, ele preparou uma deliciosa salada de frutas, que comi bem devagar...
Perdi completamente a noção do tempo, as horas os minutos... Ao mesmo tempo em que minha lembrança me diz que cada contração demorava uma eternidade para passar, me parece que o dia voou!
Por volta das 16h00 a enfermeira Patrícia veio me examinar e então senti um grande gelo no estômago: já estava com 7 cm de dilatação! Era hora de ir para o hospital!
Que mistura de sentimentos... quanto medo...
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Foram meses estudando, pesquisando, tentando entender que diferença haveria entre um parto normal e um parto natural.
Dentre os inúmeros relatos de parto natural que li, o trecho de um deles me chamou muito a atenção:
“A enfermeira que havia ficado na sala com os olhos estatelados de horror me viu passar sozinha de uma maca para outra. Me elogiou muito, disse que nunca viu nada parecido e admitiu que não teria coragem de enfrentar isso... ...Se privar do prazer de parir é o maior crime que uma mulher pode cometer contra si própria. É absolutamente incompreensível que as mulheres aceitem sentir dor para fazer depilação, para tirar a sobrancelha, para se submeter a uma lipoaspiração, para injetar toxina botulínica, para usar salto agulha, tudo em nome da vaidade e da beleza, e fujam da dor mais libertadora que existe no mundo.
Eu jamais seria hipócrita de dizer que parir sem anestesia não dói. Dói sim! Mas é a dor mais prazerosa que existe, mais transformadora. Clichês à parte, dar à luz um filho de forma natural, fisiológica, sem nenhum tipo de intervenção, é uma força tão transformadora que equivale a nascer novamente. Desde o meu parto me sinto tão poderosa, tão forte, tão mulher, segura e determinada que quase mais nada me amedronta. Me sinto pronta para viver de verdade.”
http://www.maternidadeativa.com.br/relato13.html
Fiquei tão emocionada e ao mesmo tempo intrigada com esse depoimento, que o lia quase todos os dias, de forma a me motivar a manter minha decisão até o fim. Nunca havia pensado na dor do parto desta forma, e, como mulher vaidosa – e muito – que sou, não pude deixar de pensar e repensar em todas as coisas que faço em nome da beleza, e que me causam tanto sofrimento e dor: andar naquele sapato de salto alto super desconfortável, mas bonito; depilação de 3 em 3 semanas com cera quente (já me dá calafrios só de pensar na próxima!); malhar pesado na academia; entre outros procedimentos dolorosos aos quais me submeti e me submeto pela beleza... Acho que me senti desafiada, e tive vontade de ir até o fim!
Ao ser apresentada a esse novo mundo de diferenças entre os tipos de parto, nesse processo de conhecimento e descobertas, algumas pessoas foram fundamentais, e sem elas eu não teria alcançado meu “Everest”:
O meu muito obrigada ao meu marido, Raphael, que não só entendeu minha vontade, como se prontificou a estar ao meu lado em todos os momentos. E assim foi: leu vários livros, vários relatos, assistiu a vários vídeos comigo, acompanhou minhas consultas de pré-natal sempre muito curioso, buscando as respostas para as dúvidas que nos atormentavam, participou de palestras e cursos comigo, juntos encontramos nossa doula...
Mas, mais importante, esteve ao meu lado desde a primeira contração, às 3h04 da manhã, daquele lindo dia 16 de agosto de 2012. Aguentou firme a ansiedade e o nervosismo, não me deixando perceber nada, sempre demonstrando muita calma e principalmente muito carinho.
E me agüentou também – literalmente – pendurada em seus ombros durante 1h30 na fase de transição. Devo essa conquista a muitas pessoas, mas se tivesse que escolher apenas uma delas para passar por tudo novamente, essa pessoa seria você.
Meu lindo, minha vida, meu amor... A você, meu muito obrigada por estar ao meu lado, recebendo em nossos braços o nosso maior presente, nosso filho Filipe.
Agradeço imensamente à minha GO Dra. JulianaPaola Melhado Lima...
À queridíssima Renata Machado, professora, mestra, amiga...
Rê, você foi luz na minha gestação e sei que continurá sendo luz no meu caminho.
Quanto carinho, quanta entrega, e quanto prazer você tem em ajudar suas “barrigudinhas” a caminhar na gestação de uma forma tranquila, positiva!
Obrigada por me apresentar esse mundo novo do parto natural, e me motivar a procurar respostas para todas as minhas perguntas, por me apresentar a Roda Bebedubem, por me acolher em seu grupo com tanto carinho, por me fazer entender o tal “empoderamento”!
Sem sombra de dúvidas, sem minhas aulas de yoga e as seções de “yogaterapia” eu jamais teria conseguido!
Minha respiração me sustentou e me garantiu forças até o fim, e sem seus ensinamentos teria sido muito, muito mais difícil... Saiba que lembrei de você em muitos momentos do meu trabalho de parto! O mantra “entrego, confio, aceito e agradeço”, ficou na minha cabeça o tempo todo - enquanto conseguia raciocinar.
Não tenho palavras suficientes para agradecer por tudo que me ensinou; levarei todas as lições comigo para o resto da vida!
Namastê!
Às minhas queridas doulas Flavia Penido e Debora Regina Magalhaes Diniz...
Hoje, 18 dias após o nascimento do Filipe, agradeço também todo apoio e carinho dos meus familiares e amigos neste pós-parto... Não compartilhei minha escolha com todos vocês, mas tinha meus motivos. Saber que estão tão orgulhosos quanto eu por ter conseguido me deixa muito, muito feliz!
Agradeço em especial meus pais e minhas irmãs, pela acolhida, pelo carinho, pela dedicação com o primeiro neto/sobrinho... Com vocês este começo está sendo muito mais fácil!
Enfim, foi uma grande jornada... De 39 semanas, 2 dias e 17 horas.
E receber em meus braços como recompensa o maior amor do mundo, faz tudo não só valer a pena, mas ter a certeza de que faria tudo de novo mais 100 vezes se preciso fosse.
Porque, depois de passar por tudo, hoje entendo e faço minhas as palavras da minha querida tia Ana Sá: “eu pude experimentar, na Terra, um pedacinho do Céu...”
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